terça-feira, 18 de março de 2014

Brincadeira do Copo

Primeiro gostaria de dizer que este é mais um relato enviado pelo meu brother Bart (dono do Segundo Olhar) e deixar claro que não é mentira. Não tenho como provar para vocês que é verdade, mas esse é um amigo de confiança e acredito nele. Leiam e tirem suas conclusões.

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Eu já estava com 16 anos. E meu interesse pelo desconhecido havia sido trancado em algum lugar da minha cabeça, depois do que eu havia visto, alguns anos antes, em uma "brincadeira" mal sucedida.
Mas meu irmão mais velho tem um grande conhecimento sobre esse assunto, e um belo dia me perguntou se eu gostaria de ver uma sessão com tabuleiro Ouija verdadeira. Ele afirmou que viu, e que era autêntico. E que era assustador.
Por um momento, as imagens da caneta afundando no caderno e todos os amigos da escola apavorados, garotas desmaiando, me apavorou de novo. Por outro, poder ver com pessoas mais velhas, talvez mais experientes, não seja um grande circo dos horrores.
Topei. Meu irmão falou que mais tarde me levaria a casa de um de seus amigos, e eu fiquei eufórico com a ideia.

Por volta das 20 horas, meu irmão me chamou. "Vamos lá na casa de um amigo, mas não me faça passar vergonha. Então presta atenção, porque aqui fica feia a coisa". Realmente prestei atenção. E fiquei com medo, por ser o mais novo, talvez alguma coisa sobrasse pra mim.
Chegamos. Havia por volta de 12 pessoas, contando com três garotas. Achei que todo mundo era mesmo mais velho que eu, então foi normal. Entrei junto com meu irmão, comprimentei todos, e parecia que somente eu estava tenso. Todos estavam tranquilos.
"Vamos começar, pessoal! Entra todo mundo e fechem a porta!!".
Claro que sempre fiquei por perto do meu irmão. Por precaução.
Em uma mesa no meio da sala, um tabuleiro Ouija de verdade. Não feito em um caderno. Achei uma bela peça. Cheguei e vi bem de perto.
O cara que ia fazer a "brincadeira" chegou com um copo na mão.
"Um copo?" - perguntei para meu irmão.
"É sim. Você vai entender como funciona já já."

Copo no meio do tabuleiro. O rapaz colocou o dedo indicador no centro do copo, pediu pra todo mundo calar a boca, e fez silêncio por algum tempo. Abriu os olhos, e perguntou "Tem alguém aí?".
O dedo acompanhou o copo até o "SIM" no tabuleiro. Me veio uma certa descrença, do tipo que fazíamos com os outros na escola.
"Está morto à muito tempo?", e o dedo em cima do copo, marcando a data nos numerais 1-5-8-5.
"Qual o seu nome?" o rapaz perguntou. O copo orientado pelo dedo começou parar nas letras, nessa ordem: D-O-M-E-N-I-K-O.
"Domeniko? Que porra de nome é esse?" - falei para meu irmão.
Meu irmão não me respondeu na hora. Ele fez sinal para eu ficar quieto, e olhando para o copo, sem piscar.
"O quê foi? O que você tá vendo?" perguntei, baixinho.
"Olha o copo, e olha o cara. Você vai entender...".

Então prestei atenção. Acho que ninguém estava percebendo isso. O rapaz estava pálido como um papel. E seu dedo indicador estava cerca de 5 cm acima do copo. Ele não estava mais apoiando no copo, apenas acompanhando. O copo seguia seu caminho, entre as perguntas e os "SIM" e "NÃO" que era respondido.
Segurei na manga da blusa do meu irmão, e ele segurou minha mão. Ninguém estava entendendo muito bem, acho que ninguém estava percebendo a gravidade da situação, na verdade. Todos estavam tranquilos, menos meu irmão, eu e o rapaz no tabuleiro.
Ele perguntou "Você quer ir embora?"... e o copo se adiantou à sua mão. Cerca de um palmo ele foi deslizando, bem devagar, quase parando, na direção do "NÃO". E o rapaz com o dedo esticado, longe do copo.

Todos começaram a rir. Ninguém acreditou no que viu. Acharam que era uma brincadeira.
Porém ninguém viu o semblante pálido do rapaz, ou o dedo que não estava no copo.
"Fica quieto, não fala nada, e nem se mexe, acho que vai dar bosta.".
Ele nem precisava falar. Eu já estava em choque. Não conseguia tirar os olhos do tabuleiro.
Um cara de fora gritou "Para com isso! Quem vai acreditar numa bobeira dessa?".
Duas moças que estavam mais próximas à porta da cozinha. Uma delas disse "Pronto, fulano. Já assustou todo mundo, agora fecha essa merda e vamos tomar umas!".
A outra moça deu um riso alto. Então o copo correu pela mesa, e o rapaz já não estava com a mão próxima do copo.
O copo caiu no chão, no exato momento que a menina que falou pra parar com tudo amoleceu, se escorou na parede e revirou os olhos. Antes de sentar no chão, o sangue escorreu de suas narinas e banhou sua blusa.
Aí sim, todos se tocaram no que acontecia.
Porém, todos negavam que a sessão tinha relação com o desmaio ou o sangramento da garota. Logo ela voltou a si, e disse que de repente tudo escureceu. O copo ficou quebrado em um dos cantos da sala.
Meu irmão e eu ficamos um pouco mais lá. Fomos para o quintal da casa, ascendemos um cigarro.
O rapaz que estava no tabuleiro disse "Ela zombou do que estava lá... e não era alguma coisa boa. Ela era a mais nova daqui, mais nova do que você, Bart.".
Ninguém falou sobre o assunto. A sessão terminou. Todos fomos embora.
"Achei que nunca veria isso." disse ao meu irmão.
"Eu já havia visto algumas coisas simples, mas nada como hoje. Espero nunca mais ver isso de novo.".


Depois do fato, o rapaz sempre se queixava que ouvia barulhos em sua casa. Depois de algum tempo, ele e a família mudara-se, e nunca niguém soube pra onde foram.  Acredito que o rapaz nunca mais fez outra sessão após essa.
Nunca mais meu irmão e eu participamos de outra "brincadeira".


Relato de: Bart Fabri

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